O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, em sua residência oficial, a Domus Sanctae Marthae, no Vaticano. A confirmação da morte foi feita pelo cardeal Kevin Farrell por meio da Vatican Media, às 09h47 (horário de Roma). O falecimento ocorreu às 07h35, após semanas de preocupações com sua saúde. A notícia gerou comoção mundial e motivou homenagens em diversas cidades brasileiras, incluindo Trindade (GO), importante polo de devoção católica no país.

Em nota oficial, a Prefeitura de Trindade lamentou profundamente a perda do pontífice: “Como Capital da Fé no coração do Brasil, nos unimos em oração com todo o mundo neste momento de dor e reflexão.” A prefeitura também destacou a relação especial do Papa com a cidade: “Francisco teve um gesto marcante ao assinar o decreto que proclamou Padre Pelágio Sauter como Venerável, reforçando a importância da fé e da devoção vividas em nossa cidade.” O comunicado se encerra com um tributo à liderança espiritual de Francisco: “Ele foi um líder espiritual que tocou milhões de corações com palavras de fé e gestos de amor.”

Ainda durante a manhã, devotos começaram a se reunir no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno. Embora nenhuma cerimônia oficial tenha sido convocada, missas em sufrágio do Papa foram celebradas ao longo do dia. A movimentação de fiéis e o clima de oração espontânea refletem o respeito e a admiração da comunidade goiana pela figura do pontífice.

O Vaticano ainda não divulgou detalhes sobre o funeral, mas informou que o corpo será velado na Basílica de São Pedro, seguindo o protocolo tradicional da Igreja. Inicia-se, com a morte do Papa, o período chamado de Sé Vacante, no qual a Santa Sé permanece sem sucessor até a realização de um conclave que elegerá o novo pontífice.

Nascido Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco foi o primeiro jesuíta, o primeiro sul-americano e o primeiro Papa vindo do hemisfério sul. Eleito em 2013 após a renúncia de Bento XVI, seu pontificado foi marcado por uma linguagem simples, abertura ao diálogo e forte compromisso com os pobres, os migrantes e o meio ambiente. Ganhou destaque internacional por iniciativas voltadas à paz, à transparência e à renovação pastoral.

No Brasil, seu nome ficou gravado na memória coletiva durante a Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro. O Papa foi recebido com entusiasmo e percorreu comunidades da periferia, como a favela da Varginha, transmitindo mensagens de esperança e inclusão. Sua postura pastoral se consolidou como símbolo de humildade e transformação.

A encíclica Laudato Si’, publicada em 2015, reforçou sua liderança mundial ao abordar a urgência da ecologia integral e da justiça social. O documento tornou-se referência dentro e fora da Igreja, destacando a interdependência entre o ser humano e o planeta.

Desde março deste ano, Francisco enfrentava problemas de saúde. Foi internado por cinco semanas devido a uma infecção respiratória e pneumonia bilateral. Mesmo fragilizado, permaneceu ativo em audiências e celebrações, com apoio de sua equipe médica e da cúria romana.

A Arquidiocese de Goiânia, por meio de nota publicada em seu site, expressou pesar e solidariedade com a Igreja universal: “Elevamos nossas orações pelo eterno descanso do Papa Francisco, que exerceu com sabedoria, coragem e amor seu ministério petrino.” A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) também emitiu comunicado, destacando o legado pastoral do Papa e sua capacidade de tocar corações com gestos concretos.

Em Trindade, cidade que reúne milhões de fiéis durante a Romaria do Divino Pai Eterno, o luto se mistura à oração. O município prepara atividades litúrgicas e simbólicas em memória de Francisco, reafirmando sua identidade espiritual e comunhão com a Igreja Católica.

O luto pela morte do Papa Francisco também foi oficializado pelo governador Ronaldo Caiado(UB), que decretou luto oficial de sete dias em todo o estado de Goiás. Em sua nota, Caiado destacou o legado do pontífice, enfatizando sua simplicidade, coragem e compromisso com a paz, além de ressaltar que ele marcou a história da Igreja Católica com sua liderança. Durante este período, as bandeiras nos órgãos e entidades estaduais permanecerão a meio mastro, como sinal de respeito e pesar pela perda do líder espiritual.